Uma guerra anunciada.

Putz, peguei uma gripe de derrubar elefante. Me tranformei num verdadeiro homem bomba bacteriológica ambulante. Meio claudicante e meio tonto, a bem da verdade, mas de efeitos nocivos e devastadores à saúde. Meia duzia de espirros dentro do metrô de Nova Iorque, por exemplo, e lá se vão à nocaute milhares de estadudinenses ( essa aprendi com o Jô ). E que Alá tenha piedade de suas almas!!! Ahahahaaha... Então, logo portanto, ando mais prá José Simão do que pra Diogo Mainardi... Nada de acordar, eu quero é hibernar! Mas quem é que consegue dormir com essa barulhada toda??? E depois, morrer de gripe pode, de antrax não. Como cantou um poeta: "de bola, de bala ou vício" pouco importa ..., aqui a nossa guerra é outra... E não faremos a mínima falta à ninguém. Assim como os afegãos. Escravos existem aos milhares por aí, prontos e ávidos por nos substituirem! Mas agora, vamos ao que realmente importa, plagiando outro grande jornalista, o Paulo Henrique Amorim. Essa chamada primeira grande guerra do terceiro milênio é de há muito uma guerra anunciada. Ela começa com a grande farsa das eleições norte americanas. Uma fraude digna dos nossos interiores sertanejos... E não é que estão aprendendo com a gente? Al Gore, o que perdeu, andou falando demais. E o que é pior: o povo o apontava como no caminho certo da Casa Branca. E não disse nada demais, só que o imperialismo já era! Ou que a globalização só se sustentaria se os direitos advindos dela se estendessem a todos e não só pelos deveres impostos. Ou como retirar bases militares de outros países e diminuir drasticamente os gastos com armamentos, etc. etc.. E deu no que deu. Setores ultra conservadores, isto é, os homens do dinheiro e reacionários de carteirinha, que significa uma grande parcela da população daquela nação, se uniram num esforço quase sobre humano para derrotá-lo. Inclusive lançando mão de práticas abomináveis num dito país de primeiro mundo, mas comumente usadas, e incentivadas pelos próprios, em paises chinfrins, como o nosso, só prá citar. A primeira investida armamentista de Bush, agora o patrão nosso de cada dia, deu com os burros n'água. Um dispendioso e milionário projeto para a instalação de radares antimísseis que funcionaria, teoricamente, mais ou menos como um grande guarda-chuva invisível a protegê-los de um provável ataque externo. Ao que parece, os chineses não gostaram nadica de nada da idéia e berraram um estridente e sonoro não. Muitos garantem ouvir ainda hoje os seus ecos... Aí meus manos, a coisa é um pouco mais embaixo. Os Tigres de Papel, como gostava de insultá-los e provocá-los o velho Mao Tsé, enfiaram a viola no saco e pelo menos por hora não se fala mais nisso. Os analistas especialistas chamam a isso de recuo estratégico na política das relações internacionais. Pra mim é pura covardia mesmo! Nisso, e só nisso, concordo em gênero, número e grau com o ditador mongól. A salvação de George Bush e sua corja de canalhas, tanto politicamente, por que sofria uma forte oposição também dentro de seu país, quanto filosóficamente, por que foi para semear a discórdia que se propôs a ser presidente, viria numa manhã fatídica do dia 11 de setembro em forma de aviões kamicases a ruírem por terra alguns dos "orgulhos" da cultura nacional dos do "norte". É o que podemos chamar de um presente literalmente "caído dos céus" para o poder recém constituido, até então totalmente perdido em meio às suas políticas desastrosas e desastradas... E a grande nação mais poderosa do planeta já começava a dar mostras de decadência, coisas do tipo aumento do número de desempregados, recessão e já alguns anos de estagnação econômica. Assim sendo, não é de causar nenhum espanto que tanto a CIA quanto o FBI pudessem mesmo saber das suspeitas de um grande atentado ainda quando em curso e tenham feito "vistas grossas" para com a gravidade do assunto e não terem tomado nenhuma providência profilática para que a tragédia fosse evitada. A rigor esta grave acusação partiu da própria imprensa de lá, considerada independente e sem "rabo preso" com ninguém... Sim, por que dias depois começou a ser censurada. Mas essa é uma outra história... Algumas horas após o atentado que "chocou"(sic) o mundo (?) e várias tentativas apressadas frustradas para se encontrar os responsáveis por àquela afronta à dignidade dos senhores do universo, dois acusados apareceram: um havia morrido ano passado e um outro, que não era mulçumano nem nada e sim um cristão fervoroso, segundo a sua família, eis que surge Osama Bin Laden em cena. O arquiinimigo da humanidade e o terrorista mais procurado do mundo. Querem saber??? Eu me considerava um cara extremamente esclarecido e me orgulhava disso, e santa ignorância nunca tinha ouvido falar dele!!! Ou talvez não tivesse dado antes tanta importancia assim aos feitos atribuidos a ele. Sei lá, que se há de fazer? Mas que acertaram na escolha do the duck acertaram! E onde está o pato? Brincando de ser toupeira nas pobres montanhas esburacadas do Afeganistão! Cruz credo, onde é isso??? E bateram no liquidificador, religião, radicalismo, o velho maniqueísmo - bem e mal, tudo em nome de legitimar uma retaliação que a meu ver é muito mais cruel e covarde do que o próprio ato a que se chamaram terrorismo. Nada pode justificar uma guerra, nada!!! Então o povo norteamericano finalmente se rende ao até bem pouco tempo atrás, politico medíocre e fracasossômano ( ih Fernandão, eu te amo, meu querido!) chamado George W. Bush. E o congresso liberou geral!!! E se não foram os árabes os autores dessa ousadia, e quem ousaria duvidar?? E se Osama não estiver no Afeganistão, quem puniria os autores do bombardeio?? E se mesmo matando Bin Laden , quem pode garantir que isto representaria o fim de sua organização?? Por essas e outras, até um outro dia talvez, se antes não resolver explodir!!!

publicada em outubro de 2001