cronicas

Leiam como se fosse um livro. São materias selecionadas publicadas ao longo da minha vida em alguns jornais e revistas. A minha unica intenção é, além de proporcionar diversão e entretenimento fazer com que voces conheçam um pouco mais do que penso a respeito de quase tudo o que nos cerca, e pra que depois ninguém ouse dizer que eu não tenha feito a minha parte. Sejam bem vindos!!!

30 de out. de 2008

O sacolão da ignorância

Deixa ver se entendi bem: o salário mínimo de nosso amado país é mais ou menos 180 Reais ( e prá quem ainda não sabe, é essa a nossa moeda corrente e não o dólar) e está escrito lá na Constituição Brasileira que nenhum cidadão aqui vivente deve trabalhar por menos e por isso mesmo ele é mínimo, subentendendo assim muito claramente e se estendendo a todos sem distinção. Pois bem, e mesmo assim o reeleito e seus tucanos, a toda hora na televisão, assumem descaradamente que na prática não é o que realmente acontece. Se o salário já é mínimo, não só porque já é por si só aviltante, mas porque é constitucional, imagine então um presidente admitindo publicamente ao vivo e a cores, que presta uma enorme ajuda aos mais necessitados, auxiliando aqueles "cuja renda familiar não ultrapasse a 90 Reais por pessoa", menos da metade do permitido pela nossa magna carta. E uma vez admitido o ultraje constitucional e flagrante desrespeito ao nosso cidadão, até então pacato demais pro meu gosto, como se isso não bastasse , ainda transformam este embróglio todo em discurso de palanque eleitoral. E até mesmo a "oposição" entrou nessa dança... E "cuja renda familiar não ultrapasse" significa que são uma ou mais de uma pessoa numa mesma familia, o que a meu ver é uma grotesca oficialização da miséria. E o mais deprimente: é um incentivo subliminar à miserabilidade. Sim, porque só assim então a "familia" terá direito a receber a fabulosa quantia de 15, isto mesmo, 15 Reais por criança em idade escolar que por ventura existir nela. E "nossa quanta coisa" se pode comprar com essa dinheirama toda, além do material escolar, comida e até roupas... Não é simplesmente inacreditável??? Assim a nossa "justiça" continua cada vez mais cega e o nosso povo cada vez mais longe da verdade. Prá não dizer ignorante! Seria muito mais racional e lógico que nossos dirigentes pelo menos lutassem para que o salário realmente fosse decente; e que houvesse trabalho farto e talvez até digno para todos, e não perdessem tanto do seu precioso tempo tentando nos fazer crer, por exemplo, que com o projeto Bolsa Escola, a questão da "fome" e da evasão escolar esteja solucionado. Ledo engano, mesmo porque do jeito que as coisas estão, uma criança pode muito bem passar pelos anos do ensino e sair de lá tal qual como entrou, não aprendendo absolutamente nada do que deveria. Manter as crianças na sala de aula por apenas um prato de comida não mudará em nada o futuro cruel reservado a elas pelas nossas "elites". E depois, sala cheia pode não significar de modo algum ensino de qualidade, muito pelo contrário, a tendência é o nível, que já não é lá um primor, decair ainda mais. E não se combate evasão com coação! E muito menos o trabalho infantil "forçado". Se as crianças trabalham é porque precisam, e se os pais ganhassem o suficiente, é óbvio que elas prefeririam muito mais estar brincando ou estudando... O sr. Ministro da Educação, Paulo Renato, um bem sucedido empresário do ramo de ensino privado, tem razão de se orgulhar dessa verdadeira panacéia educacional neoliberal tropical, pois que faz parte de suas intenções maquiavélicas, concretizar a privatização do nosso ensino publico. E a todo momento continua tentando nos convencer de que o setor privado é muito mais eficiente... Tanto bateram nessa tecla, que os alunos da rede de ensino publica, lá de São Paulo, só prá citar, estão engajados numa campanha, e isso é realmente irônico, de inédita tentativa de atrair mais alunos para as suas escolas. Estão sobrando vagas! E a estrutura arcaica do nosso modelo educacional, do que deveriam se ocupar os do Ministério, permanece firme como tal e ultrapassada. Paulo Renato fez exatamente ao contrário, tentando de maneira vil e criminosa até, destruir as nossas poucas e boas conquistas nesta área e quase acabou preso por ordem do Supremo, ao esbarrar na teimosia insana dos tucanos na vã e inútil tentativa de desestabilizar a grandiosa greve dos nossos "amados" mestres. E tentar inserir, de maneira obrigatória, no currículo escolar, matérias como música, que estimula, cientificamente comprovado, a criatividade e melhora consideravelmente o rendimento dos alunos nas outras, ou filosofia que os ensinará a pensar, nem passa pelas cabeças gloriosas dos nossos governantes. Ou passa??? Os politicos sabem do risco que correm. É óbvio e bem claro, nossas crianças aprendendo a pensar, num futuro bem próximo, quando já estiverem aptas a votar e tendo um maior e amplo discernimento e uma visão mais objetiva do mundo em que vivem, não mais elegerão gente canalha como os que aí estão, deixando-os de fora dessa mamata comprovada que é o PODER. E só assim iremos entender melhor esse círculo vicioso que se instalou de modo injusto e à nossa revelia, que obriga as familias de "baixa renda", como gostam de enfatizar na midia, a permanecerem como estão, sucateando ou tentando sucatear nossa educação e nos manipulando de acordo com interesses geralmente escusos e nos privando de uma melhor compreensão de tudo o que nos cerca. É tambem por essas e outras que a Telemar entrou nas nossas vidas de maneira assim tão indesejável. E se julga imune. E faz o que faz, de cima de sua arrogância e prepotência, como se não fossemos gente e sim apenas números. E, em se falando nisso, o que significa um orelhão instalado numa aldeia indigena lá onde o judas perdeu as botas, ou no popular cú do mundo, no meio da floresta Amazônica??? Alguém aí fala tupi guarani ou já ensinaram o Português aos nossos indios??? Ah, pode ser o Inglês...



publicada em dezembro de 2001

16 de out. de 2008

A Síndrome da Mediocridade Adquirida

Incrível, a rede Globo finalmente assumiu! Sente saudades dos tempos da ditadura. Não é que comemoraram o aniversário do Ato Institucional número cinco? E em pleno horário nobre!!! E mais triste ainda é que ninguém tenha desligado a televisão... Fiquei matutanto cá com meus botões e me lembrei de parte do famoso discurso de Rui Barbosa, que não tem nada a ver com o Benedito deles, dito se não me engano em Haia, há muito tempo atrás. "De tanto ver triunfar as nulidades, o homem chega a ter vergonha de ser honesto..." Que tremenda sensibilidade! Por essas e outras é que ele parece estar vivo até hoje. E merece ser imortal. De repente, não mais que de repente tive uma súbita iluminação, digna dos mais sábios dos Budas. E uma constatação trágica: fomos acometidos pela Síndrome da Mediocridade Adquirida - SMA. E nem nos demos conta disso. O mais preocupante é que essa doença, com os chamados mecanismos de repressão e controle de opinião, como o próprio AI-5, sempre nos chegava como sendo "fatos isolados", através da mídia. E não demos importancia a ela. No país abençoado por deus essas coisas nunca acontecem... Agora com o advento da democracia, e uma certa e tímida liberdade de imprensa, isso virou epidemia... E nos transformamos na nação mais infestada do mundo! Como não poderia mesmo ser de forma diferente, tudo o que não presta, aqui somos os maiorais e as vezes perdemos até para o Paraguai, segundo alguns dados da ONU. Curuzes! Estou sendo muito duro demais??? É prá ser mesmo! Eu quero não só ver, mas sentir a sua revolta. Saiam desse casulo. Saiam desse marasmo e chega de indignações comedidas como se fossemos lordes ingleses... Eu posso entender por que agora sei que um dos sintomas mais predominantes da síndrome é o que nos faz perder totalmente a capacidade de raciocínio, muito lentamente, até nos embotar a mente de vez. Um bom e eficaz antidoto para isso é exercitar o cérebro o mais rapidamente possível, antes que seja tarde demais... Comumente, quando alguém me para na rua prá enaltecer minha ousadia eu retruco até meio ríspido afirmando que coragem todos temos. Faz parte do aprendizado natural da vida não nos esquecermos dela. E depois, valorizando demais a ação de determinada pessoa, as vezes o fato em si, que é sempre o mais importante, acaba passando meio desapercebido. E vamos protelando a solução até que eles, os fatos, acabem terminando no esquecimento. Mas não foi por isso, com certeza, que o pessoal da Globo cantou os parabéns... O negócio deles é a tal de inversão de valores. E isso eles fazem com uma maestria invejável por todas as outras emissoras... Vide o acontecimento mais importante do século, que foi o nascimento da Xaxa... E quando brigam entre si por uma fatia milionária de publicidade, aí a coisa é comédia. Bispo vira traficante e viciado e é pena voando, pra não falar merda, pra tudo quanto é lado... E por causa dessa variante do virus, a desinformação, que tambem enfraquece nosso corpo e nos coloca a mercê da síndrome citada, é que jamais saberemos quem tem razão nessas batalhas de peixe graúdo, como dizem por aí. Maaaasss, quando vemos um pai de familia implorar pelo seu emprego, se humilhando a ponto de aceitar redução do seu já minguado salário e outras mumunhas mais sempre a favor de se deixar tudo como está, nos fazendo crer ser o desemprego algo muito pior e deputados de Alagoas, um dos estados mais pobres da nação, ganhando quase 60.000 paus, e mostramos a cara de tédio, é por que atingimos o nível de estado terminal da doença. UTI ni nóis! E por favor, não confundam com FMI, por que senão, não há mais nada que se possa fazer... Hein??? O gigante pela própria natureza tambem veio? Mas é peso demais para esse navio... Vamos naufragar!!! Glubglubglub... Glub... Alguém salve o L de Caprio, por favorrrrrrrrr...






publicada em dezembro de 1998





10 de out. de 2008

O minhoca mansa

Ih, babou! Num falei? O H rasgou a constituição. Não que seja lá ela grandes coisas, nada disso! Mas é uma conquista democrática e a lei maior da Nação. E nem tanto ao ato em si, nada que venha do Planalto me surpreende mais, mas ao fato. Está se abrindo um perigoso precedente para os dias futuros ou futuros governos. Pensem num Enéas editando medidas provisórias... Aliás, que de provisórias nada têm. E muita gente sádica e mal intencionada já sonha com uma MP fechando o Congresso... Brinca não!!! E me incluam fora dessa. Se bem que andam merecendo... Segundo ouvi do Ministro, esses da Justiça, na tevê, "uma falta gravíssima cuja única reparação é o impeachment". E mais nada... Cadê os caras pintadas? É um silêncio ensurdecedor... Apagou geral??? E não se trata agora de ser ou não ser contra o neoliberalismo, trata-se de resgatar a honra nacional, se é que ainda existe. O doutor Ulysses, aquele que virou golfinho e Iemanjá levou e ninguém nunca mais viu, aonde quer que esteja deve de estar muito puto. Talvez até volte das profundezas marinhas... Nem que for prá matar alguém de susto! Putz, se ele já era feio vivo, imagine morto. E adeus racionamento de energia, ahahahaha... Pelo menos lá pras bandas de Brasilia. E haja Lexotan... E o último que sair apaga a luz! Debandô geral. Seis longos e penosos anos de trabalho árduo (sic), uma Constituição ainda inacabada, e em questões de segundos fica o dito pelo não dito e tudo bem? Tipo jogador, futebol é assim memo, e agora é pensar no outro adversário e partir prá próxima? Nada disso não, que se destitua todo mundo! Que seja democraticamente, é claro. Nós temos esse direito, adquirido e sacramentado, para o desgosto de muitos, que não querem a nossa felicidade. E já somos inclusive, maioria absoluta nos círculos de piada lá em Portugal: "Joaquim, tu vistes a última do Brasil? Mas Manoel, ver o quê com esse BREU?" Pois é, diante dessa catastrófica e total inversão de valores, me sinto na obrigação de relembrar alguns fatos da nossa história ainda recente. O coitado do Jango, assim como Itamar, tambem era vice e quando assumiu resolveu passear pela China... E até hoje não voltou. Ah, o da vassourinha, por vontade própria caiu fora. O furacão Fernandinho, o das plumas e paetês, ficou desempregado por que andava em más companhias, era muito íntimo de um tal de PC. Pois bem, tudo o que esses citados fizeram é fichinha perto do que já fez o Fernandão, tambem o das penas coloridas mas sem paetês, faz favor, o home ainda é presidente... E prá fazer o que tem feito, pelo menos macho o cabra é. Ou então se julga o único, ou talvez o ultimo... Sei lá o que pensa, ops, se é que pensa! Mas eu penso, e penso que talvez tenha chegado a hora do minhoca mansa, o Marco Maciel. Só serve prá vice e dorme até em fotos oficiais e nem faz a mínima questão de um dia ser presidente. Ta aí um bom motivo a mais para exonerarmos o titular! O minhoca mansa tem o perfil do estadista ideal para assumir, feito de encomenda para o nosso querido país. Sempre ouvi dizer que governo bom é o que a gente menos ouve falar dele e menos nos incomoda e às vezes até nos esquecemos dele ou que governo não dá camisa à ninguém e sim tira. E agora tá querendo tirar também nossas calças... Com o minhoca mansa no poder, jamais correremos esse risco. É o que tenho dito.

ps - a minhoca mansa não se presta nem a que veio ao mundo: servir de isca.


publicada em junho de 2001

6 de out. de 2008

O poder da última bala

As balas não falam (sic), e a última então... Continua subindo subindo... E que ela caia na minha cabeça se eu estiver mentindo! Foi numa tarde ensolarada, dessas que deixava sempre os mineiros da capital pê da vida por não terem praia e mar como os do Rio de Janeiro, mas que ninguém ousava admitir devido a um bairrismo exacerbado e até folclorico, muito peculiar, inerente dos habitantes das alterosas. Assim vagabundeávamos pela Praça Sete, eu e mais o Mário Lucio Zavaglli, de olho nas meninas semi despidas, como se passeassem em Ipanema... Quando, por força do hábito, nos deparamos frente ao luminoso do Cine Brasil ( nosso refugio secreto para escondermos das malditas apostilas) e estava lá devidamente anunciado em letras garrafais A ÚLTIMA BALA, com Francisco de Franco e Pepita Rodrigues. Hei, esse filme é o que foi rodado em Guaxupé!!! Vamo vê?!? E por que não... Dia inesquecível!!! A memória hoje, as vezes me trai, mas lembro me muito bem de nunca ter me divertido tanto na vida quanto por conta dessa inesperada aventura. O cinema tava meia boca... Mas considerando se o dia da semana e a hora, tava bom demais até. Passadas as preliminares de plaxe, tipo gols da semana, etc etc, e roda a película e o inusitado acontece. Cada conhecido nosso aparecendo na tela provocava em nós uma verdadeira explosão de delírio , como se estivessemos dentro do Mineirão comemorando um gol, eu do Ameriquinha, e o Mário do Cruzeiro... Di Franco, Pepita e até a tal de miss (uma delicia! ) se mostraram completamente absoletos e secundários diante da magnitude dos nossos amados conterrâneos... Talvez Freud explique, sei lá... Mas o que dizer à platéia atenta ao desenrolar dramático daqueles fatos à nossa frente? Briga de peixe grande, coisas de "coronér" e bala pra tudo quanto é lado... Bum ba bang tzimmmmthuinm... E prá ser sincero, pouco me lembro do enredo do filme, vou ter de assistir novamente... Mas voltando à vaca fria, e diante do tremendo alarido que faziamos, não demora muito e o Sussu deles (não havia como escapar) logo ilumina nossos rostos. Fomos descobertos! Ah, e prá quem ainda nunca ouviu falar, Sussu era o famoso "lanterninha" do Cine São Carlos lá da nossa cidade, apelido que ele detestava e nós adoravamos, por motivos óbvios... O nosso querido Antonio Greco, que agora finalmente descansa em paz no além, aliás, merecidamente diga-se de passagem. E nem tão Sussu assim, fomos educadamente advertidos e caso não mudassemos o nosso comportamento, não restaria a ele outra alternativa que a de nos retirar do recinto. Regras de boa conduta, normas da casa e por aí vai... Prometemos colaborar, como se isso fosse possível. Gente, e como é fantástico e incrível o poder mágico e transformatório do olho de uma câmera... Lugares comuns e tão bem gravados na nossa memória, tão intimamente conhecidos e de repente não se pareciam em quase nada com o que eram realmente. A praça da minha infancia, a da igreja do Rosário, caramba!, custei a reconhecê-la... Após essa pequena divagação, não demora muito e tudo volta ao normal, quer dizer, com relação à zorra que fazíamos dentro do cinema. Bastou começar a desfilar o galã Augusto Tavares (grande promessa!), o amigo Zezé Ácula, dono e protagonista de grandes noitadas na Churrascaria Bambú, o Garrincha, seu Zé Pata (figurassa!) e o mestre Jorge Farah, que sempre pegava muito no pé dos seus alunos, e principalmente do meu e os figurantes, pra nós não menos importantes como o Beringela, o Quim alfaiate e o Pancadão, que já fora meu anjo guarda costas no meu tempo de zona boêmia de meretrício, para que o caldo entornasse de vez. Nós não mais gritávamos, urrávamos!!! Aí a coisa ficou preta e acenderam as luzes! Alguém lá na nossa Republica ouviu alguém dizer que o tal de Claudio Lôco teria metido a cabeça num cupinzeiro imenso, traiçoeiramente escondido dentro de uma bela touceira de capim gordura, por ocasião da gravação de uma das cenas de tiroteio, lá no Japi, num mergulho de dar inveja a qualquer um e acreditem se quiserem, esse foi o argumento usado por mim, e pasmem, aceito pelo gerente do cinema em questão, que a essa altura do campeonato já havia interrompido a sessão, para que assim pudessemos continuar assistindo ao filme. Mãos lavadas, ele não se responsabilizava por nada o que acontecesse conosco, caso fossemos linchados pelos outros espectadores... "esse filme foi feito em Guaxupé, nossa terra natal, gente! não se espantem, não somos loucos, nem bêbados tampouco, talvez só um pouco" e tudo se acalmou felismente... As luzes se apagam! Muito tempo depois fiquei sabendo de outras estórias engraçadas ocorridas por ocasião das filmagens e do furor causado na cidade interiorana pela presença dos artistas e muita fofoca rolando e tudo que tinham direito com relação ao memorável evento inédito. E todos querem acrescentar alguma coisita mais e a coisa toda acaba virando folclóre... Naquela tarde, lá em Belô, meu querido titio Dodô, o Salvador Ricciardi, com sua surpreendente aparição diante de mim numa tela de cinema, jamais sonharia tamanha audácia, por alguns segundos, me fez correr, criança feliz, pelos caminhos do bairro Bebedouro, caçando canários da terra embaixo de uma paineira que hoje já não existe mais.


publicada em dezembro de 2000